Dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que o Brasil já ultrapassou a marca de mil mortos pela dengue em 2024. Foram registrados 1.020 óbitos nos três primeiros meses deste ano ante 388 no mesmo período de 2023.
Até o momento, há 2.671.332 casos, uma taxa inédita. Em 2023, houve 589.294 infecções entre janeiro e março. O Ministério da Saúde estima que o país chegue a 4,2 milhões de casos em 2024.
Segundo o governo, a maioria dos estados já superou o pico de casos, com 12 das 27 unidades da federação apresentando “tendência de estabilidade” e oito com “tendência de queda consolidada”.
É o caso de Goiás, que demonstra tendência de queda nos casos de dengue. O período de observação considera até o início de março, quando a taxa era de 238 casos para cada 100 mil habitantes da população residente, conforme os indicadores da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO).
Apesar da baixa durante o período, números ainda são maiores que o limite superior estipulado de incidência, mantendo cenário epidêmico no estado.
Menos investimentos
O Ministério da Saúde reduziu em 61% o gasto com campanhas de prevenção contra a dengue de 2022 (na administração de Jair Bolsonaro) para 2023 (sob Lula). O Brasil passa pelo pior surto da doença em sua história.
Parte da crise de dengue é atribuída ao menor esforço do governo para orientar a população a adotar medidas preventivas, o que tradicionalmente é feito por meio de campanhas publicitárias na mídia.
Em 2022, os gastos com campanhas de esclarecimento sobre a dengue foram de R$ 31,6 milhões (em valores corrigidos pela inflação). Em 2023, o valor foi de R$ 12 milhões.
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