É nítido o esforço do Palácio das Esmeraldas para carimbar no prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), o rótulo de marconista. Nos discursos das lideranças e nas falas dos bastidores e até na ação dos militantes e robôs nas redes sociais, há um trabalho orquestrado para carimbar na pré-candidatura do emedebista ao governo de Goiás a imagem de que trata-se, na verdade, de um projeto político capitaneado pelo ex-governador tucano, que deixou o governo muito desgastado. A estratégia inclui também colocar o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, como um dos avalistas dessa pré-candidatura.
A questão é que Gustavo Mendanha nunca negou que tenha algum diálogo com Marconi, assim como tem procurado outras lideranças políticas ligadas ao PSDB para construir seu projeto. Esteve na semana passada, por exemplo, em Uruaçu, com o prefeito Valmir Pedro (PSDB) e com a ex-deputada estadual Eliane Pinheiro (PSDB), que foi chefe de gabinete de Marconi, para discutir a eleição de 2022. Na ocasião, Valmir Pedro defendeu uma aliança do PSDB com o MDB para enfrentar a máquina governista. Mas Mendanha também tem buscado apoio junto a outros grupos políticos para colocar de pé sua candidatura, que encontra resistência inclusive em setores do MDB que preferem uma aliança com o governador Ronaldo Caiado (DEM).