Três nomes surgem como potenciais candidatos pela direita brasileira à presidência da República na eleição de 2026. Todos são governadores: Tarcísio de Freitas (Republicanos/SP), Romeu Zema (Novo/MG) e Ronaldo Caiado (UB/GO). Os três tiveram boas votações em 2022.
O governador Tarcísio de Freitas foi eleito no segundo turno, contra o atual ministro petista Fernando Haddad (Fazenda). Teve 13,4 milhões de votos, o que representou 55,2% do total. O governador mineiro foi reeleito no primeiro turno, contra o candidato apoiado pelo PT, Alexandre Kalil (PSD). Teve 6 milhões de votos, ou 56,1% dos votos válidos. E Ronaldo Caiado também foi reeleito no primeiro turno, com 1,8 milhão de votos, ou 51,8% do total.
O nome mais citado pela direita brasileira hoje é o de Tarcísio de Freitas. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada neste mês, caso Jair Bolsonaro fique inelegível em 2026, o governador de São Paulo é o favorito para substituí-lo, com 21% das intenções de voto. O governador de Minas Gerais tem 10%. O instituto não incluiu o nome de Caiado no levantamento.
Favoritismo
O favoritismo de Tarcísio é explicado pela força do eleitorado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do País, por ser o mais identificado como bolsonarista e por ter já derrotado Haddad (um dos nomes cotados para suceder o presidente Lula) em 2022. Além disso, tem perfil conciliador e de gestor eficiente.
Entretanto, o governador paulista tem declarado que a maior possibilidade é tentar a reeleição em 2026, além de acreditar que Bolsonaro será candidato na próxima eleição presidencial. Sabe que não é hora de descartar uma nova candidatura do antigo chefe. E, caso Bolsonaro seja candidato mesmo, dificilmente haverá espaço para outro nome pela direita. E há o exemplo do seu antecessor João Doria (PSDB), que deixou o governo de São Paulo para ser candidato a presidente em 2022. Sequer chegou a ser candidato.
O presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, disse ser natural Tarcísio de Freitas tentar reeleição ao governo de São Paulo em 2026. Porém, frisou que uma candidatura à presidência poderá ser “avaliada pela sigla”.
Mineiro
Em seu último mandato como governador de Minas Gerais, Romeu Zema não descarta ser candidato a presidente em 2026. “Espero que nós da direita encontremos um bom nome, ao qual darei total apoio. Se esse nome vier a ser eu, vamos ter de avaliar. Não nego porque acho que o Brasil precisa de uma nova leva de gestores públicos”, disse recentemente. Zema aposta num alinhamento político entre a maioria dos governadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, inclusive tendo o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) na chapa.
“Vou ser muito franco: é mais fácil um Bolsonaro injustiçado eleger um presidente do que ele próprio ganhar em 2026. Ninguém vai admitir que um presidente, por conta de injustiça, seja tornado inelegível. Vai facilitar muito o trabalho da oposição se acontecer essa injustiça, mas espero que não aconteça”, disse senador Ciro Nogueira (PP-PI). Ele citou que hoje os principais nomes para substituir Bolsonaro são Romeu Zema e Tarcísio de Freitas. “Podem surgir outras alternativas até lá. Bolsonaro vai ser decisivo na escolha”, frisou.
Goiano
Embora o governador Ronaldo Caiado não seja citado entre as lideranças nacionais para uma candidatura à presidente da República em 2026, tem trabalhado neste caminho. Ele já decidiu que não será candidato ao Senado, uma alternativa mais natural. “Vai ser o que Deus quiser, mas se a oportunidade for dada, vocês sabem que Ronaldo Caiado não dispensa. Acreditem no que digo. Nosso partido vai ser respeitado porque tem os melhores quadros e vai saber se fortalecer cada vez mais no debate nacional”, disse, na sua posse como presidente estadual do União Brasil.
Mas, o governador goiano sabe que não é o primeiro nem o segundo na preferência atual da direita brasileira. Isto tem muito a ver com o eleitorado goiano, que mal representa 3% do nacional. Na semana passada, em evento na ExpoZebu, Caiado destacou Tarcísio de Freitas e Romeu Zema. Disse que o governador paulista “tem capacidade para governar e emprega inteligência para desenvolver o país”. Sobre Romeu Zema, afirmou que a sua gestão foi feita com respeito ao dinheiro público e entregou resultados à população de Minas Gerais, antecipando apoio ao governador mineiro “em passos futuros da sua trajetória política”.
Caiado teria jogado a toalha? Segundo aliados próximos do governador goiano, nada disso. Ele sabe que hoje sequer é citado para liderar a direita brasileira em 2026, mas que novas portas podem ser abertas nos próximos três anos, a depender da definição do cenário nacional. Inclusive, uma destas portas é uma candidatura a vice-presidente, numa chapa encabeçada por Tarcísio ou Zema.
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