O prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto (DEM), exonerou a vice-prefeita Ana Lúcia (DEM) do cargo de secretária extraordinária do Jardim Ingá, maior distrito do município, com cerca de 100 mil habitantes. Os dois já vinham se estranhando desde o início da atual gestão, em janeiro de 2021, após ela reclamar da falta de apoio para administrar o distrito.
Em live nas redes sociais no final do mês passado, Ana Lúcia reclamou do tratamento que recebia de Sorgatto. “Eu tento falar com ele, mando mensagem, pedindo para que venha aqui conversar comigo e ele não vem, não escuta, não responde. Parece que estou com uma lepra, com covid-19, porque eu não tenho a presença do prefeito aqui comigo”.
Episódios como este de Luziânia fazem parte do folclore político de Goiás. Alguns recentes foram bem rumorosos. Caso de Agenor Mariano (MDB), que era vice-prefeito de Goiânia na gestão Paulo Garcia (PT) e rompeu com o petista em 2016 de uma forma tão barulhenta que chegou a pedir na Justiça a prisão do prefeito, por ele não cumprir uma decisão judicial de nomear comissionados indicados para o seu gabinete de vice.
Em Catalão, terra das mais pitorescas disputas políticas do Estado, o então prefeito Jardel Sebba (PSDB) em 2013 chegou a trocar a fechadura do gabinete do vice-prefeito, Rodrigo Carvelo (SDD), conhecido como Rodrigão, para impedir o acesso do ex-aliado. Antes exonerou o vice da função de secretário de Infraestrutra, alegando incompatibilidade de estilos administrativos.
No rompimento de Diego Sorgatto e Ana Lúcia tem dois componentes que destoam dos demais: aconteceu muito rápido, antes de 6 meses de gestão; e ambos são do mesmo partido, o DEM.