A Prefeitura de Goiânia garante que aumentou os gastos com a saúde pública em 2023. Segundo o secretário municipal Wilson Modesto Pollara, as despesas com a saúde totalizaram R$ 1,954 bilhão no ano passado. Deste total, 55,6% provenientes do tesouro municipal e o restante repassado pela União e pelo Estado.
Pollara ressaltou ainda que foram aplicados 21,4% de recursos próprios da Prefeitura em saúde, acima dos 15% previstos pela Constituição Federal. Ele prestou contas da pasta nesta terça-feira (23/4) na Câmara de Goiânia.
“Na rede de atenção primária foram efetuados 8,1 milhões atendimentos, entre procedimentos clínicos, cirúrgicos, prevenção e diagnósticos. Na rede de atenção de urgências, foram feitos 254 mil procedimentos, que obtiveram cerca de R$ 144 milhões. Na Atenção à Média e Alta Complexidade, entre internações, cirurgias, implantes de órgãos e diagnósticos, foram realizados 91,6 mil atendimentos, num custo de R$ 436,3 milhões”, detalhou.
Entre outras ações executadas pela pasta no ano passado, o secretário citou ações de zoonoses, mutirões de limpeza contra o mosquito transmissor da dengue, mutirões de saúde em bairros e carreta com realização gratuita de exames diagnósticos.
Pollara também apresentou um total de 34 obras realizadas pela Prefeitura de Goiânia na área da saúde, entre revitalizações e reformas de unidades de saúde, além de 11 obras em fase de licitação ou de construção.
Críticas
Entretanto, o secretário municipal da Saúde não convenceu a maior parte dos vereadores na Câmara e também representantes de profissionais que atuam na área.
A presidente da Comissão de Saúde na Câmara, Kátia Maria (PT), questionou sobre o não cumprimento das 128 ações planejadas no Programa Anual de Saúde (PAS). “Só foram alcançadas 42 metas, ou seja, 33% do planejado, sendo 77 metas não atingidas. Além de nove que nós consideramos que precisam ser revisadas porque não tiveram a eficácia planejada”, afirmou.
“Apesar de ter aumentado o percentual de aplicação de recursos na saúde, na prática, a gente não sente que esse dinheiro chegou”, enfatizou Kátia Maria. O vereador Bill Guerra (MDB) comentou que, ao percorrer unidades de saúde, não observa melhorias.
Aava Santiago (PSDB) disse que a Prefeitura gastou R$ 12 milhões em armadilhas e inseticidas contra o mosquito transmissor da dengue e suas larvas com empresa já acusada de superfaturamento em outros municípios. Já Wilson Pollara afirmou que as armadilhas compradas pela Prefeitura de Goiânia não são as mesmas.
Sindicatos
A presidente do SindSaúde, Neia Vieira, criticou o Programa “Saúde Mais Perto de Você” – em que uma carreta itinerante oferece serviços de saúde. Para a representante do sindicato, o mais importante seria o fortalecimento das unidades básicas nos bairros.
“Foram mostradas aqui 669 ações de promoções de saúde, mas temos mais de um milhão de habitantes na cidade que não estão sendo alcançados por prevenções”, disse Neia Vieira.
O diretor do Sindicato dos Médicos, Bruno Valente, considerou que a gestão da saúde não está em boas condições. De acordo com ele, há greve por falta de pagamento e falta de insumos nas unidades – inclusive materiais utilizados no tratamento da dengue.
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