Os dirigentes de universidades federais afirmam que falta R$ 1 bilhão, pelo menos, no Orçamento deste ano. Isto, para repetir o montante de recursos que tiveram em 2019. E sem contar a inflação de lá para cá. Em 2019, as instituições federais tiveram R$ 6,2 bilhões. Na última sexta-feira, o governo Bolsonaro anunciou que, por enquanto, o corte nas despesas discricionárias das universidades é de 7,2% para 2022.
Representando o Fórum Nacional dos Pró-Reitores de Planejamento e Administração, Franklin Silva Júnior disse que as matrículas nas universidades federais públicas aumentaram de 769 mil em 2009 para 1,1 milhão em 2019. E mais de 95% das pesquisas são feitas nestas instituições.
Mas a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Almeida, explica que os recursos caíram no período. “Nós estamos maiores, mais inclusivos, melhores, com mais impacto para a sociedade. E com um orçamento que está de volta a patamares de 2009. Não tem como nós sustentarmos este tipo de contexto”, disse a reitora hoje (6/6) em audiência na Câmara dos Deputados.
O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC) e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que os cortes incidem sobre despesas. Que, na prática, não podem ser cortadas, como contas de água e luz e bolsas. E citou também o corte de R$ 3 bilhões no Ministério da Ciência e Tecnologia.
Saiba mais: Orçamento 2022: ministérios do Trabalho e da Educação sofrem maiores cortes.