Era esperado: várias capitais já anunciaram que, mais uma vez, o carnaval de rua será cancelado neste ano por conta do avanço da pandemia da Covid-19, desta vez causada pela variante ômicron. Já suspenderam oficialmente o bloco na rua as seguintes capitais: Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Teresina (PI), Belém (PA), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Florianópolis (SC). A prefeitura do Rio, por ora, tem mantido o desfile das escolas de samba, mas com exigência de testagem e passaporte vacinal.
Já as prefeituras de São Paulo (SP), Recife (PE), Maceió (AL) e Curitiba (PR) disseram que mantêm a festa, mas ainda aguardam posicionamento das autoridades municipais de Saúde para tomar a decisão final com base no cenário epidemiológico.
Em Goiânia, onde o carnaval de rua cresceu nos últimos anos, não há ainda nenhuma decisão tomada pela prefeitura. Detalhe: o prefeito Rogério Cruz anunciou ontem que testou positivo, pela segunda vez, para a Covid-19 (leia mais aqui). Atualmente, cerca de 30 blocos de rua estão oficializados na capital goiana. Em novembro do ano passado, foram realizadas reuniões para decidir e preparar o carnaval de 2022. Naquele momento, o cenário era otimista e os casos de Covid-19 estavam em franca queda em Goiás. A Liga dos Blocos de Rua, formada em 2018, apostava no avanço da vacinação para viabilizar o carnaval deste ano. Chegaram a anunciar nas redes que a festa estava prevista, mas agora aguardam uma definição por parte da prefeitura.
Enquanto isso, algumas cidades turísticas goianas, como Caldas Novas, chegaram a anunciar em novembro passado que teriam o carnaval de rua neste ano. A festa, chamada Carnaval Antigo, é realizada em praça pública durante todo o mês de fevereiro, sempre às terças e sextas, e nos dias oficiais de carnaval. A prefeitura também havia liberado eventos privados na cidade, desde que cumpram as regras sanitárias e o limite de ocupação dos espaços (75%), além da obrigatoriedade de apresentação do comprovante de vacina.
A Secretaria da Saúde de Goiás ainda não anunciou uma resolução a respeito e tem dito que os municípios têm autonomia para decidirem sobre o carnaval, embora defenda a necessidade de evitar aglomerações. “Carnaval aberto existe grande chance de não ter. É provável que exista em locais específicos, controlados, com exigência de duas doses de vacina”, disse o secretário Ismael Alexandrino no final do ano passado.
Crianças
O Ministério da Saúde divulga hoje as normas para a vacinação de crianças entre cinco e 11 anos de idade com o imunizante pediátrico da Pfizer, autorizada pela Anvisa em 16 de dezembro. Ontem, após uma consulta via internet mostrar que a maioria é contra exigência de prescrição médica para vacinar crianças, o Ministério da Saúde realizou uma inédita audiência pública.
Nela, entidades médicas – incluindo o Conselho Federal de Medicina, normalmente alinhado com o governo Bolsonaro – defenderam enfaticamente a imunização de crianças. A Anvisa sequer mandou representante, dizendo que já havia prestado as informações técnicas quando aprovou a vacina infantil.
Enquanto isso…
Uma nova variante do sars-cov-2 foi identificada na França. Chamada de B.1.640.2, a nova cepa chegou ao país com um homem proveniente de Camarões e que infectou pelo menos 12 pessoas. Ela possui 46 mutações em “combinação atípica”, nove a mais que as 37 mutações da ômicron. Ainda não é possível avaliar se a variante é mais transmissível ou letal.
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