Mais um ponto une hoje o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT): a repulsa à candidatura presidencial do ex-juiz Sergio Moro e a opinião de que ele sempre agiu por interesses políticos. A crítica dos petistas desde a época da Lava Jato agora se tornou também o mantra do presidente da República no enfrentamento ao ex-auxiliar, que se filia no Podemos amanhã (10) com o objetivo de disputar a eleição presidencial.
“Você começa a entender um pouco mais as coisas, entender o que eu passei com o ministro Sergio Moro. Ele sempre teve um propósito político, nada contra, mas fazia aquilo de forma camuflada”, afirmou Bolsonaro à Jovem Pan na tarde desta segunda-feira (08). “E ele tinha intenção sim de ir ao Supremo (Tribunal Federal). Num primeiro momento eu achei justa a intenção dele, depois eu passei a conhecê-lo um pouquinho melhor”.
Mais adiante na entrevista, Bolsonaro repetiu a crítica ao projeto político do ex-subordinado. “Como pode uma pessoa abrir mão de 23 anos de magistratura para ser ministro? Sabendo que poderia ser demitido no dia seguinte e jogar tudo aquilo fora. Ele, aos poucos, foi se revelando que tinha um projeto”, disse.
Assim como Lula busca deslegitimar o papel de Moro nas decisões como juiz da Lava Jato, Bolsonaro quer levantar dúvidas sobre a atuação dele como ministro, especialmente nos episódios em que entraram em confronto, e as críticas que fez ao presidente ao deixar o cargo.